SETEMBRO POLICIAL: ACHADOS E PERDIDOS – STEPHEN KING

Finders Keepers (Achados e Perdidos) é o segundo livro da trilogia Bill Hodges, série de livros escrita pelo autor Stephen King, publicado no Brasil pela editora Suma de Letras.

Após concluir a leitura de Mr. Mercedes, o primeiro livro da trilogia, foi impossível não correr atrás do segundo volume, sério, um dia após concluir a leitura eu simplesmente corri para a livraria para conferir o restante da história.

A primeira parte do livro nos apresenta novos personagens e entrelaça os eventos de suas vidas com o massacre ocorrido no City Center, esses personagens são Morris Bellamy e Peter Saubers.

Em 1978 Morris Bellamy e dois amigos invadiram a casa do escritor aposentado John Rothstein, famoso pela trilogia Jimmy Gold. Enquanto os outros membros da gangue objetivavam apenas o dinheiro que o escritor guardava no cofre, Morris pensava um pouco além, ele queria os manuscritos que também estavam no cofre, anos e anos de escrita empoeirando, sem poder ver a luz do sol.

Durante uma conversa com Rothstein, Morris expõe seu ódio pelo terceiro e último livro da trilogia e acaba sendo ridicularizado pelos argumentos do autor, ato nada inteligente para quem estava na mira de uma arma sendo empunhada por um louco, não é preciso ser um gênio para descobrir o que aconteceu.

Após assassinar John Rothstein, Morris percebe que não foi uma grande ideia reunir os dois amigos para tal empreitada e com isso em mente, elimina seus dois comparsas e foge com o dinheiro e os manuscritos do autor.

Ao contar para o melhor e único amigo sobre a empreitada, Morris percebe que não conseguirá ganhar dinheiro com os manuscritos imediatamente, uma vez que são evidências de um crime, mas tudo bem, o que ele quer de verdade é ler esses escritos e descobrir o que seu autor favorito criou durante tantos anos de reclusão, porém não é possível que ele concretize nenhuma de suas vontades, ele precisa se livrar dos cadernos pelo menos por um tempo e por isso os enterra em um terreno baldio.

Fotografia por Lucas Moreira

A frustração por não conseguir de fato tirar proveitos de sua ação, faz com que Morris cometa um erro e seja preso, porém desse erro ele acaba tirando “proveito”, merecidas férias na cadeia com uma sentença de prisão perpétua.

Peter Saubers é um garoto que presencia o desmoronamento de sua família após o acidente no City Center, onde um Mercedes deixou seu pai muito ferido e impossibilitado de trabalhar. Tendo como única provedora da casa sua mãe, Peter vê as coisas começarem a ruir, eles são obrigados a mudar de bairro, o pai passa a agir mal com a mulher por sentir-se inútil e o relacionamento deles começa a afundar, tornando aos olhos de Peter e sua irmã mais nova a evidente possibilidade de um divórcio eminente.

Caminhando um dia em um terreno baldio no quintal de sua casa, Peter acaba encontrando o baú que Morris enterrou e a partir daí sua vida melhora, mas só por um período de tempo antes de começar a ficar pior do que era.

Após essa parte que introduz os novos personagens e o novo plot, voltamos a acompanhar como andam os velhos conhecidos Bill Hodges, que agora está tentando ter uma vida mais saudável e abriu a própria agência de investigação particular “Achados e Perdidos”, Holly Gibney, que sofreu uma transformação incrível no primeiro livro e se mantém uma personagem peculiar e fascinante e Jerome, que está agora na faculdade, mas não pensa duas vezes ao ser solicitado para ajudar a dupla em um caso.

Mais uma vez, King nos entrega um vilão memorável, não tão complexo quanto Brady do livro anterior, mas ainda assim assustador. No caso de Morris o que mais assusta é o sangue frio do personagem que não hesita nenhum segundo em fazer coisas ruins para alcançar seus objetivos.

Muito se comparou o livro com Misery, onde um escritor torna-se refém de uma fã maluca que não ficou satisfeita com o final de sua personagem favorita e pede que o livro seja reescrito, as comparações são interessantes, mas não há repetição aqui. O que eu posso dizer sobre isso é que se você já se questionou o que aconteceria com Annie Wilkes caso ela tivesse conseguido o que queria, talvez a leitura de Achados e Perdidos irá te agradar bastante.

Assim como todo segundo livro de trilogias, “Achados e Perdidos” serve como uma transição para a história, porém uma ótima transição. King como de costume constrói muito bem o clima e os personagens, sempre instigando o leitor e fazendo com que ele corra pelas páginas para saber o que acontecerá a seguir, posso garantir que você não vai conseguir desgrudar do livro quando alcançar a última parte e terá que deixar tudo de lado para saber como termina a desventura de Peter e ao chegar até a última página do livro você descobrirá que mesmo sem fôlego pelo que acabou de ler, ainda é possível perder um pouco mais de ar.

Quantos cafés Achados e Perdidos merece?

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