O Misterioso Cado de Styles é uma obra permeada por “primeiras vezes”, pois foi o primeiro romance escrito e publicado pela escritora britânica Agatha Christie em 1920, a primeira aparição do detetive Hercule Poirot que passaria a ser recorrente em seus romances e por mais incrível que possa parecer, também é o meu primeiro contato com uma obra da autora.
O Capitão Arthur Hastings é convidado por um velho amigo a passar algum tempo na mansão Styles, porém, no meio da noite a família e o hóspede acordam assustados com gritos. Emily Inglethorp, a proprietária da mansão, está passando mal em seu quarto em um aparente ataque cardíaco e posteriormente acessos de convulsões, o desespero dos residentes é grande, uma vez que o quarto e todos acessos ao cômodo estão trancados por dentro. Quando conseguem ter acesso ao quarto, já era tarde demais ara a Sra. Inglethorp.
Intrigado pelas circunstâncias, Hastings volta a trancar o quarto e manda chamar seu grande amigo e detetive Hercule Poirot, pois Hastings crê que a mansão Styles tornou-se cena de um terrível e premeditado assassinato. Com a chegada de Poirot e do médico da família, as suspeitas de Hastings se confirmam, houve aqui um assassinato por envenenamento por estricnina.
Então fica a cargo de Hastings e Poirot descobrir o que aconteceu no quarto naquela noite fatídica, porém, a solução está bem longe de ser simples. Todos na mansão são suspeitos e escondem informações e todos eles possuem alguma motivação para ter assassinado a Sra. Inglethorp, desde o seu segundo esposo mais novo e bem estranho, até os seus enteados que poderão ficar na miséria caso não sejam citados no testamento da matriarca, isso sem citar um especialista em venenos que acabou de chegar na cidade e misteriosamente estava na mansão na noite do crime.
Tudo piora quando Poirot descobre que a Sra. Inglethorp escreveu um novo testamento no dia de sua morte e esse documento simplesmente foi destruído, deixando no ar a dúvida de quem poderia ter tido mais sangue frio para assassinar a mulher, uma vez que motivações envolvendo o dinheiro da herança todos eles tinham.
Poirot é uma figura muito interessante, instigante a até mesmo cômica, sua relação de amizade com Hastings é bem construída, embora este seja birrento demais com relação a investigação, sempre reclamando do fato de que Poirot não lhe fornece as informações que possuí e perdendo assim a oportunidade de chegar à conclusões sozinho, o que nesse caso não chega a ser um problema, uma vez que Hastings faz o papel do leitor de tentar entender com Poirot o que ocorreu naquele quarto, além disso, talvez a solução do mistério dependa dessa omissão de informações por parte do detetive.
Essa primeira experiência minha lendo Agatha foi ótima até a metade do livro, há um problema aqui, pois o livro se alonga mais do que deveria e infelizmente acompanhar o caso se torna chato e cansativo, até porque, na metade do livro já é possível descobrir quem foi o responsável pelo assassinato. Porém, alcançar o que a autora conseguiu aqui em sua primeira obra é certamente louvável e com toda a certeza lerei mais escritos da Rainha do Crime, quem sabe até em ordem cronológica para acompanhar a evolução de sua escrita.
Quantos cafés O Misterioso caso dos Styles merece?