CINEMA: THE POST – A GUERRA SECRETA

“The Post” ou (The Post: A Guerra Secreta) é um drama histórico biográfico dirigido por ninguém menos que Steven Spielberg e roteirizado por Liz Hannah e Josh Singer, com atuações dos talentosíssimos Maryl Streep, Tom Hanks e Sarah Paulson. O longa está concorrendo ao Oscar em apenas duas categorias, sendo elas Melhor Filme e Melhor Atriz.

Na trama, o surgimento de documentos que revelam segredos de quatro presidentes dos EUA  e informações militares sigilosas sobre as ações dos EUA no Vietnã forçam a primeira editora-chefe de um jornal estadunidense e seu editor a travar uma batalha sem precedentes entre a imprensa e o governo.

Se você, assim como eu, não gostou do vencedor do Oscar do ano passado “Spotlight: Segredos Revelados” e está com um certo receio de assistir mais um filme com temática jornalística e perder seu tempo e ingresso dormindo na sala de cinema, pode relaxar, “The Post” não vai te fazer querer implorar seu tempo de volta ao universo, pois apesar de tratar dos temas jornalismo e política, ele aborda esses assuntos de uma outra forma, deixando tudo muito mais a cargo das relações entre aqueles que estão passando por aquele momento e travando a tal guerra secreta.

Kay Graham (Meryl Streep) é a editora-chefe e proprietária do The Washington Post e precisa lidar com o crescimento do empreendimento familiar, que está se transformando em uma grande empresa americana, mas não é só isso, ela também precisa impor respeito e demonstrar aos membros do conselho que é capaz de gerir uma empresa que sempre foi gerida por homens.

Kay enfrenta o machismo velado e escancarado do mercado e esse ambiente a faz duvidar em vários momentos de suas decisões, o que faz com que outras pessoas (homens) se sobressaiam e tenham a voz ouvida, mesmo que a ideia e solução por trás da voz seja a de Kay. Porém, aos poucos, isso vai mudando e a personagem vai criando auto-confiança e consegue demonstrar isso em suas ações, a editora-chefe do que viria a ser um dos jornais mais importantes passa a se manter firme e incontestável em suas decisões e Maryl Streep soube muito bem represar suas emoções quando era necessário e despejar toda a carga que carrega em momentos pontuados, porém, sempre com uma classe absurda!

Ben Bradlee (Tom Hanks) é o editor e a mão direita de Kay, é ele e sua ânsia por publicar algo verdadeiramente relevante no jornal a qualquer custo que move a trama. É possível notar a energia, o empenho, o cansaço e a rebeldia do editor pela postura do ator.

Tanto a fotografia quanto a trilha sonora do longa são competentes e, sem dúvida, o maior escorregão fica por conta da direção de Spielberg que não chega a ser ruim, mas é extremamente manipulativa no que toca a emoção e raras vezes há êxito quanto um diretor tenta manipular a emoção do telespectador se utilizando de clichês e artifícios no mínimo duvidosos.

“The Post: A Guerra Secreta” é um filme importante e definitivamente pertinente ao momento político não só dos EUA como do Brasil também, onde políticos agem como se fossem a política em si, e como o próprio filme diz: “A Imprensa deve servir os governados e não os governadores!”. Infelizmente sabemos o quão manipulada é a nossa mídia e o quão difícil é chegar até uma informação pura e independente, assistir a esse filme é tanto um sopro de esperança quanto um tapa de decepção ao ver o quanto a mídia conseguiu lutando para dar informação ao povo independentemente de qualquer coisa  e como ela está agora fazendo um papel totalmente contrário à sua gênese e essência.

Quantos cafés “The Post: A Guerra Secreta” merece?

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