“Verónica” (2017) é um drama de horror espanhol dirigido por Paco Plaza que também elaborou o roteiro ao lado de Fernando Navarro, para quem não conseguiu associar, Paco foi o responsável por dirigir a trilogia de horror “[REC]” que eu gosto bastante, apesar dos problemas que as sequências foram adquirindo.
Na trama, que acontece na Madrid de 1991, conhecemos Verónica (Sandra Escacena), uma adolescente que se vê obrigada a cuidar dos três irmãos mais novos Lucía (Bruna González), Irene (Claudia Placer) e Antoñito (Iván Chavero) como se fosse mãe dos mesmos, uma vez que a matriarca da família Ana (Ana Torrent) precisa trabalhar quase que em tempo integral para sustentar a família após a morte do marido.
Verónica sempre se questionou acerca da morte do pai e descobre no ocultismo uma possível chance de saber mais sobre ele, uma vez que sua mãe se recusa a falar sobre o assunto, os motivos pelos quais ela mantém esse segredo acerca do marido não são totalmente esclarecidos, mas no decorrer do longa dá para entender que ele não era lá uma boa pessoa.
Devido a essa curiosidade, a adolescente decide invocar seu pai durante um eclipse solar com mais duas amigas de escola por meio de um tabuleiro ouija, não preciso falar mais nada né? Dá merda? Dá muita merda!
Após invocar uma entidade se utilizando de um tabuleiro ouija e de instruções dadas por uma revista comprada em banda de jornal, Verónica passa a ser assombrada e eventos paranormais passam a ocorrer ao seu redor, sempre ameaçando sua vida e a de seus irmãos. A garota precisará então descobrir como se livrar dessa entidade antes que ela acabe causando mal à alguém. Além disso, o filme é baseado em um documentos reais divulgados pela policia espanhola sobre o caso Vallecas, então se você é desses que gosta de um filme baseado em fatos, “Verónica” é um prato cheio.
Ah, que saudade eu estava de assistir a um bom filme de terror, ainda mais um filme de terror que não se apoia apenas em jump-scares. “Verónica” é um longa bem filmado, é notável a evolução do diretor aqui, os movimentos de câmera são inventivos e colaboram para a fluidez das cenas, a fotografia que é principalmente composta por luz natural contribuí para o clima de mistério e tensão do filme, sim, o filme é muito tenso!
O telespectador fica o tempo todo com medo que aconteça algo com as crianças, torcendo para que Verónica consiga protegê-las e que não se machuque no caminho. Um outro ponto positivo do longa é o design de produção, há um quadro pendurado em um cômodo da casa que vai mudando no decorrer do filme, preste atenção.
O design da criatura se altera no decorrer do filme, inicialmente se apresenta na forma do pai das crianças em uma cena bizarra para depois passar a se apresentar como uma criatura totalmente negra envolta em sombras, eu gostei bastante de algumas cenas nas quais a criatura é retratada apenas como uma sombra passando pela parede e interagindo com os objetos pregados ou colados nela.
Se você quiser conhecer um pouco mais sobre o caso Vallecas, recomendo que assista ao vídeo do canal Assombrado, mas apenas assista após conferir o filme, pois há spoilers.
“Verónica” é um longa de terror sem grandes inovações para o gênero, mas que faz um bom e gostoso arroz e feijão com direito a uma cinematografia bem feita, atuações convincentes, fotografia e trilha sonora imersiva e incômoda do jeito que eu gosto! Se você gostou das minhas impressões, corre que o longa já está disponível na Netflix.
Quantos cafés “Verónica” merece?
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