Esse ano, motivados pela vontade de conhecer mais a escrita de H.P. Lovecraft, eu e a Isa do Dicas da Isa, nos unimos ao Charles do Triplo Books para lançar um desafio de leituras coletivas mensais com obras do autor.
Em Janeiro, lemos juntos os contos “Dagon” e “O Forasteiro”, em Fevereiro lemos o conto mais famoso do autor “O Chamado de Cthulhu” e em Março foi a vez de “A Cor que Caiu do Espaço” , o conto escolhido para o mês de Abril foi “A Sombra Sobre Innsmouth” e o conto do mês presente é “Sonhos na Casa da Bruxa”.
Walter Gilman se muda para a cidadezinha de Arkham com o objetivo de ingressar na Universidade de Arkham, recorrente nos contos do autor, e com pouco dinheiro decide por alugar um quarto em uma pensão, pensão esta que possui uma fama de ser assombrada por ter sido habitada por bruxas que praticavam ali seus inomináveis rituais.
A mais famosa história era contada acerca de Keziah Mason, uma grande bruxa que desperta o medo dos residentes de Arkham, pois ao ser capturada pela inquisição, a bruxa simplesmente desapareceu em meio as paredes de seu quarto antes de ter seu destino selado na fogueira, diante disso e de barulhos e coisas estranhas que pessoas que já se hospedaram naquele lugar afirmam ter ouvido, a pensão é considerada assombrada e Keziah é creditada como responsável.
De início, o quarto parece aos olhos de Walter um cômodo qualquer, porém aos poucos, ele começa a notar os ângulos curiosos e impossíveis das paredes que passam a intrigá-lo cada vez mais, o matemático se vê obcecado pelos mistérios daquele quarto e sua sanidade entra em declínio na medida que passa a sonhar com a bruxa vigiando seu sono acompanhada de um rato humanoide simplesmente aterrador.
Das descrições dos barulhos feitos pelos ratos nas paredes, passando pelas visões aterradoras da bruxa, do sonambulismo que acomete o personagem e o leva para lugares remotos de terrores cósmicos, há aqui a primeira aparição de Azathoth, e aterradores, Lovecraft constrói uma atmosfera de terror que gera aflição, apreensão, ansiedade e muito medo pelo que virá a seguir, mesmo tendo a ciência de que os personagens do autor costumam ter um desfecho bem ruim, bem ruim é bem pouco nesse caso específico.
A conclusão de “Sonhos na Casa da Bruxa” é terrível, no bom sentido, se é que há um sentido bom em ser terrível. Eu li o final do conto na condução a caminho do trabalho e quase deixei meu café da manhã escapulir, pois a conclusão é sem dúvidas a mais nojenta, gore e visceral que lemos durante o projeto!
Quantos cafés “Sonhos na casa da Bruxa” merece?
2 comentários sobre “#1ANOCOMH.P.LOVECRAFT: SONHOS NA CASA DA BRUXA”