A segunda temporada de “Jessica Jones” estreou na NETFLIX em Março deste ano, porém, somente agora, consegui conferir a continuação da trama da detetive particular beberrona e super-poderosa. Os treze episódios dessa segunda temporada da série foram dirigidos exclusivamente por mulheres, sendo elas: Anna Foerster, Minkie Spiro, Mairzee Almas, Deborah Chow, Millicent Shelton, Jet Wilkinson, Jennifer Getzinger, Zetna Fuentes, Rosemary Rodriguez, Neasa Hardiman, Jennifer Linch, Liz Friedlander e Uta Briesewitz.
A nova temporada começa com Jessica (Krysten Ritter) lidando com os eventos finais da primeira temporada e tendo que aguentar a desconfiança das pessoas que a consideram uma assassina perigosa e também a empolgação esfuziante daqueles que a considera uma super-heroína, status pelo qual ela nunca pediu ou desejou ter.
Enquanto Jessica está ocupada com os problemas advindos de sua reputação criada por outros, um novo investigador particular rival surge para atrapalhar seus negócios e única válvula de escape possível no momento, além da bebida, é claro. Como se não fosse o suficiente, sua melhor amiga, Trish Walker (Rachael Taylor) decide desenterrar arquivos médicos que poderiam levar a descoberta da origem dos poderes de Jessica.
Em meio a sua caçada particular, Trish ao perceber que Jessica não possui interesse algum em desvendar seu passado obscuro, toma a atitude mais sensata o possível sobre isso, decide investigar por si mesma e acaba se metendo com uma substância química que a deixa super-poderosa por alguns momentos.
Essa droga reaviva nela o problema com o vício e neste caso, o vício ainda é pior do que o anterior, pois a personagem sempre desejou ter poderes e ser um pouco como Jessica Jones. Bem, esqueça a parte da sensatez, a personagem simplesmente enlouquece nessa temporada e toma atitudes completamente insanas e irreparáveis, não se admire se você terminar a temporada detestando a personagem que aprendeu a amar no início dessa estória.
O Malcolm (Eka Darville) que aprendemos a amar e tomamos para nós na primeira temporada está incrível aqui também, é divertido e um pouco doído ver o personagem se mantendo fiel a sua amiga Jessica, enquanto ela vive lhe dando razões e ordens para que a deixe em paz. Tudo bem que nossa amiga é durona, mas até mesmo os durões precisam de alguém para dar suporte em algumas situações, como se virar com um investigador rival, cuidar da amiga louca e manter os negócios funcionando enquanto você precisa caçar uma vilã ainda mais poderosa que você e que não hesita em sair arrancando cabeças pela rua.
Outro personagem que está incrível na série é a advogada Jeri Hogarth (Carrie-Anne Moss) que tem o melhor arco de todos os personagens das séries da Marvel produzidas pela Netflix até então. A forma com que ela lida com a descoberta da doença degenerativa que ameaça acabar com sua vida e com a decisão dos sócios de exonerá-la da empresa é fenomenal, uma verdadeira bad ass bitch! Repare na mudança drástica da personagem no último episódio e depois comente aqui kkkkkk
Saindo um pouco do núcleo secundário da trama, temos Jessica Jones enfrentando seus traumas do passado de forma forçada, uma vez que as investidas de Trish acabam atraindo um pecúliar experimento humano que sofreu do mesmo processo de Jessica e quando esse experimento é abatido, Jessica se vê impelida a mergulhar em seu passado não só para tentar descobrir e proteger eventuais super-humanos que estejam na mesma condição, mas também, para proteger sua própria pele.
E é ai que entra o ponto alto da série, Jessica acaba descobrindo que sua mãe, tida como morta, na realidade se escondeu todo esse tempo e foi vítima dos mesmos experimentos pelos quais ela mesma passou, com um detalhe, Alisa Jones (Janet McTeer) é uma máquina de matar desenfreada.
Dividida entre os traumas do presente, os traumas do passado, as descobertas e mentiras acerca de sua família, os problemas que passam a assolar sua melhor amiga, um investigador particular que quer afundar a sua carreira e toma tudo para um lado pessoal demais e ecos de Killgrave em sua cabeça, a segunda temporada da série faz a personagem evoluir de uma forma incrível e irreparável.
A segunda temporada de Jessica Jones não tem muita enrolação, o ritmo é frenético, sempre está acontecendo algo interessante com algum dos personagens e as decisões que eles são obrigados a tomar ou tomam por burrice e efeitos entorpecentes, me parecem definitivas e terão consequências drásticas nas sequências futuras. Eu não vejo a hora de ver como ficará a relação de Jessica e Trish após o último, maravilhoso e chocante episódio da série! Antes de terminar, preciso dizer que sim, eu adorei o romance introduzido na trama de forma natural, a personagem definitivamente precisa ter um lugar seguro ao voltar para casa depois de encarar tanta coisa louca!
Quantos cafés a segunda temporada de Jessica Jones merece?