“Hereditário” é um drama de terror e mistério que foi lançado na última quinta-feira pela A24, a mesma distribuidora do controverso “A Bruxa”. O longa é dirigido e roteirizado por Ari Aster e o novato surpreende aqui com sua meticulosidade.
A família composta pelo casal Annie (Toni Collette), Steve (Gabriel Byrne) e seus filhos Peter (Alex Wolff) e Charlie (Milly Shapiro) começa a desmoronar em diversos sentidos após a morte da matriarca, enlutados, os membros da família começam a ser assombrados por acontecimentos trágicos e perturbadores que ameaçam revelar segredos sombrios do passado e fazer-se cumprir previsões para o angustiante futuro.
A premissa pode parecer batida, porém, o roteiro de Ari Aster trabalha tanto com quebra de expectativa do telespectador que qualquer coisa que você imagine que o filme virá a ser é imediatamente substituída por uma outra suspeita e esse ciclo continua a acontecer até a segunda parte do longa, pois na terceira parte as coisas ficam bem claras e expositivas. O problema de se quebrar tanto a expectativa do telespectador e depois apresentar algo tão expositivo é que o telespectador pode preferir aquilo que lhe foi sugerido do que aquilo que lhe foi mostrado, isso não ocorreu comigo, mas tenho certeza que muitos podem se incomodar com isso.
Além de todas as características técnicas muito bem executadas, como a trilha sonora intrigante, a fotografia irretocável, toda a movimentação de câmera e a construção de clima, o longa acerta nas atuações, todos os atores estão incríveis aqui. Toni Collette atordoa o telespectador com toda a dor e responsabilidade que parece carregar sobre os ombros, enquanto seu marido interpretado por Gabriel Byrne, representa um pilar para a família, porém um pilar mais preocupado em manter a construção de pé do que com o bem-estar daqueles que estão sob o seu teto. Os dois filhos da família também surpreendem, Alex Wolff consegue transmitir todo o medo que precisa com seu olhar e expressões corporais enquanto Milly Shapiro dá arrepios só de estar em cena.
Qualquer coisa que você saiba a mais sobre o plot pode estragar a sua experiência, por isso, recomendo que vá ao cinema sabendo o mínimo de informações possíveis sobre o longa e deguste cada minuto tentando decifrar o quebra-cabeça, eu garanto que você vai se divertir no processo!
“Hereditário” é um ótimo drama de terror, ele foge ao padrão de jump-scares que estamos cansados preferindo ser aquele tipo de filme que te deixa tenso na cadeira. Isso não significa que o filme seja super inovador, há clichês aqui, inclusive há uma cena que estou cansado de ver no cinema de terror, porém, todo os aspectos técnicos e as atuações fantásticas fazem da assistência do longa uma experiência que merece ser vivenciada, eu duvido que após sair da sessão você se sentirá da mesma forma com relação a heranças familiares de novo.
Quantos cafés “Hereditário” merece?
Primeiro de tudo, adoro Toni Collette, ela é uma atriz monstruosa, amo desde United States of Tara. E o filme te leva pra um lado, depois pro outro, e quando você acha que o clímax vem com a confirmação das suspeitas, ele entrega algo simples e apavorante. Não pesa na trilha sonora, não nos assusta com barulhos aleatórios, e como as miniaturas, cada detalhe é propositalmente colocado. É uma das raridades num gênero tão sucateado…
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Fico triste de concordar com você dessa vez, o terror no cinema está sim sucateado 😦
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