“Nas Montanhas da Loucura” é uma novela escrita por H.P. Lovecraft em 1931. A estória, assim como muitas outras estórias do autor, influenciou diversas obras como “The Thing” de John Carpenter (1982), o episódio “Ice” da primeira temporada de “Arquivo X”, além de “Prometheus” (2012) de Ridley Scott que bebeu muito da fonte estética criada por Lovecraft na criação dos cenários e criaturas do longa.
Caso você não saiba, estou participando do desafio #1AnoComHPLovecraft e “Nas Montanhas da Loucura” foi o conto escolhido para ser lido em Junho, porém, este foi um mês bem complicado para o Luke e ele acabou postergando a leitura, que também não aconteceu em Julho em função do especial #JulhoNacional. Agora preciso alcançar o projeto que eu costumava estar adiantado, coisas da vida.

Ilustração inspirada na novela “Nas Montanhas da Loucura”
Nesta novela, um geólogo membro da Expedição da Universidade do Miskatonic vai até o Pólo Sul com o objetivo de coletar espécimes de rocha e solo em grandes profundezas nas diversas partes do continente antártico com o auxílio de uma notável perfuratriz. O geólogo é o narrador e sobrevivente da malfadada expedição e o texto foi criado em forma de carta para alertar e dissuadir futuras expedições ao local, afinal, sob a brancura do manto glacial ocultam-se horrores ancestrais e inimagináveis.
A expedição que em seus primeiros dias apresenta avanços significativos e uma descoberta orgânica fantástica por um dos grupos de cientistas, não tarda a desandar. O narrador, ao não receber mais sinais desse tal grupo de cientistas, mobiliza uma equipe para descobrir o que ocorreu e quando chegam ao acampamento, presenciam o caos causado por um ataque. Seriam artimanhas da temperatura, de uma tempestade de neve, ou algo pior?
Movidos pela curiosidade e pelo fato de não terem encontrado o corpo de um dos cientistas que estava naquele grupo e um dos cães que também não estava ali, o geólogo e um outro membro da equipe se embrenham cada vez mais no meio da neve, subindo a montanha e fazendo descobertas dantescas, descobertas que levaram o geólogo a escrever tal relato.

Cena do longa “Prometheus”, inspirado na novela “Nas Montanhas da Loucura”
Lovecraft é rei em criar cenários inóspitos, sufocantes e aterradores, sua narrativa riquíssima em detalhes tem o poder de transportar o leitor para os bizarros lugares que ele criou e não é nada agradável estar ali. Embora hajam cenas de descrições incríveis da arquitetura alienígena e o clima de tensão te desperte curiosidade em saber mais, a sensação de que é perigoso e errado se aprofundar naquilo é tão forte quanto à curiosidade, em vários momentos durante a leitura eu cheguei a me questionar se realmente queria saber o que a expedição encontraria naquelas montanhas.
Até o momento, durante o projeto, tínhamos lidos mais contos, essa foi a primeira grande novela que li do autor, e confesso que foi um tanto quanto cansativo acompanhar a leitura, muito se deve ao excesso de descrições e à ausência de diálogos, o que não é bem um defeito da obra, uma vez que estamos falando de um relato, creio que o problema seja o meu gosto mesmo.

Cena do episódio “Ice” de “Arquivo X”
“Nas Montanhas da Loucura” é um atestado de que Lovecraft é mestre em ambientação, suspense e horror, porém, não é um material para alguém que esteja começando a ler os escritos do autor, pois a novela demanda imersão, tempo e paciência para que você possa aproveitar todo o clima proposto e se você não estiver na vibe, é capaz de acabar abandonando a leitura facilmente. O ambiente inóspito, a narração sem diálogos que evidencia o medo e a solidão, a arquitetura bizarra e as criaturas que forçam a nossa imaginação ao máximo são elementos que fazem dessa novela algo tão especial e fonte de tantas obras incríveis.
Quantos cafés “Nas Montanhas da Loucura” merece?
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