MÊS DO HORROR: DANÇA DA ESCURIDÃO – MARCUS BARCELOS

“Dança da Escuridão” é a continuação que encerra a duologia do autor Marcus Barcelos, iniciada em “Horror na Colina de Darrington”. Lançado este ano pela Faro Editorial, a estória se passa onze anos após os eventos do primeiro livro e, além de elucidar fatos acerca do passado de Benjamin Francis Simons, encaminha personagens já conhecidos e novos para um embate final com a escuridão.

Onze anos após ver a proposta de seu tio de cuidar de sua tia e prima se transformar um pesadelo terrível, com consequências irremediáveis para a sua sanidade, Benjamin Francis Simons é condenado à cumprir sua pena em um sanatório, sendo constantemente interrogado, tendo sua pouca sanidade forçada ao limite. Nesse ambiente hostil, Ben começa a sucumbir e se questionar sobre o quanto de sua sanidade ainda se mantém intacta e quanto tempo ele continuará resistindo.

Inesperadamente, sua prima mais velha, Amanda, que misteriosamente sobreviveu aos horrores que ocorreram na Colina de Darrington, surge com seu marido Andrew para resgatar Ben de seu purgatório pessoal, contudo, não há tempo para comemorações. O inferno está longe de ter um fim e juntos eles precisarão correr contra o tempo para impedir que a Organização comandada pelo inescrupuloso e ambicioso Alastor Kingsman concretize um ataque final que, não só destruiria a sanidade de Ben por completo, como teria resultados que resultariam em um grande risco para toda a humanidade.

Enquanto lida com a ameaça crescente representada pela Organização, Ben precisa literalmente enfrentar seus demônios internos, e a batalha se mostra cada vez mais árdua na medida que seu passado começa a ser revelado, despertando todo o mal que o rapaz parece ter contido dentro de si, abrindo brechas para que a escuridão entre e cause estragos inimagináveis. O passado de Ben é extremamente pesado e as motivações que levaram seus pais à abandoná-lo na porta de um orfanato me causaram arrepios durante a leitura. O nível de crueldade, brutalidade e sadismo que  a Organização pratica aqui é assustador e monstruoso.

Em meio à tantas trevas, Jacob, filho de Amanda e Andrew, se mostra como uma fonte de luz que ajudará Ben em sua batalha contra a escuridão. Uma das inspirações do autor é o meu favorito da vida Stephen King, e quando Jacob apareceu na estória, ficou bem claro pra mim o quanto Danny Torrance serviu de referência para a construção do personagem, eu sei que esse é o encerramento da estória de Ben, mas confesso que gostaria de ver o autor escrevendo outras estórias sobre Jacob, principalmente após os eventos que ocorrem no final do livro.

 

A edição do livro está fantástica, as ilustrações de Thomaz Magno e as inserções de documentos, trechos de diários e afins, continuam sendo elementos interessantes que contribuem para a imersão do leitor na estória, assim como no anterior, temos as laterais todas em preto e um relevo no título da obra. O projeto gráfico da obra está muito bem cuidado e como eu já disse algumas vezes, fico imensamente feliz quando uma editora cuida bem de um trabalho nacional, infelizmente fui premiado com um exemplar com uma mancha preta em uma das páginas, que me fez ir em uma livraria no horário do almoço para conseguir prosseguir a leitura, mas creio ter sido apenas um azar mesmo, a escuridão querendo tomar conta da minha edição.

Não é novidade alguma que o terror e seus inúmeros subgêneros são os meus favoritos na literatura, assim como não é novidade, pelo menos para quem acompanha o blog, que sou entusiasta do trabalho nacional. Sendo assim, na última bienal eu optei por adquirir apenas livros nacionais e de preferência de autores que estavam ali divulgando seus trabalhos, foi assim que conheci o trabalho do Marcus Barcelos e tive a oportunidade de conversar com ele acerca dos livros que estava levando para casa e é incrível ver o amor desses autores pela literatura e o quão abertos eles estão para discutir suas obras, além do interesse verdadeiro à respeito da recepção do leitor, é um exercício que com toda a certeza faz o autor refletir sobre sua escrita e evoluir constantemente.

“Dança da Escuridão” não marca somente o fim da estória de Ben Simons, marca também uma clara evolução na escrita do autor. “Horror na Colina de Darrington” tinha uma narrativa construída sob o ponto de vista de um jovem e por isso, um ritmo extremamente frenético e privilegiava a ação em detrimento de detalhes, já em sua sequência, Ben está mais velho, agora a narrativa, que ainda se mantém com um ritmo veloz, ganha mais profundidade, detalhes e background, encerrando a duologia de forma excelente e deixando, pelo menos eu, com vontade de saber o que a mente de Barcelos nos reserva para os próximos livros.

Caso tenha se interessado pela obra, você pode adquirir seu exemplar pelo link do blog na Amazon.

Quantos cafés “Dança da Escuridão” merece?

4 comentários sobre “MÊS DO HORROR: DANÇA DA ESCURIDÃO – MARCUS BARCELOS

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