“Maligno” (The Prodigy) é o mais novo thriller do diretor Nicholas McCarthy e do roteirista Jeff Buhler, responsável pelo roteiro da nova adaptação de “Cemitério Maldito” que será lançado por aqui em Maio, o longa conta com atuações de Jackson Robert Scott (IT: A Coisa), Taylor Schilling (Orange Is The New Black) e Peter Mooney (Camelot).
Sinopse: O estranho comportamento de Miles indica que uma força maligna se apoderou dele. Temendo pela segurança de sua família, Sarah precisa lutar contra seu instinto maternal de proteger Miles para poder investigar o que está acontecendo.
Não é segredo algum que eu amo filmes de terror e seus subgêneros, então, não poderia deixar de conferir “The Prodigy” nos cinemas, mesmo tendo em mente sua sinopse super genérica, afinal quantos filmes já vimos sobre crianças que começam a apresentar um comportamento estranho fazendo com que sua família suspeite de algo sobrenatural? Então, desde já, deixo claro que este é mais um filme sobre uma criança acometida pelo sobrenatural, porém não é o sobrenatural que você espera que seja.
Sarah (Taylor Schilling) e John Blume (Peter Mooney) formam um casal que vive em prol do filho, Miles (Jackson Robert Scott) é um garoto prodígio, começou a falar muito cedo, ler muito cedo e se desenvolver em uma velocidade bem superior às das outras crianças de sua mesma faixa-etária. Esse atributo do garoto tornou Sarah uma mãe super protetora que vive em função de entender a mente misteriosa e brilhante de seu filho, infelizmente o roteiro do longa assumiu essa como única função dela, já John sequer possui uma função de verdade, juntos eles são pais unidimensionais que sequer dialogam direito. Veja bem, se você tem um filho que está fazendo coisas estranhas e bizarras, o mínimo que você deveria fazer é conversar com seu parceiro(a) sobre esses acontecimentos certo? Os personagens desse filme discordam de você.
Sarah pelo menos consegue desenvolver bem a sua única personalidade, a atriz convence muito bem como uma mãe obcecada pelos mistérios da mente do filho e aterrorizada pelo mesmo motivo, a personagem vive constantemente dividida entre o amor maternal e o medo pelo que se esconde nos recantos da mente de Miles e em suas ações de perturbação crescente. Intrigada e sem saber ao certo como proceder, Sarah acaba encontrando em um especialista indicado pela diretora do colégio, uma forma de entender os mistérios do filho, porém essa busca representa apenas um outro problema do roteiro, se explicar demais!
Temos uma explicação sobre o que faz com que o garoto seja estranho logo na primeira cena do filme, o que já seria suficiente, porém, o roteiro decide que ainda precisa colocar um especialista para verbalizar aquilo que já havia exposto de forma satisfatória no início do longa e como se não fosse suficiente faz a mãe encontrar provas para reforçar aquilo que o especialista falou e voltou a repetir depois em uma ligação telefônica, não há nada pior do que um roteiro que subestima a capacidade do telespectador. Esse exagero de expositividade torna o filme extremamente previsível, embora hajam algumas brincadeiras e tentativas inteligentes de subverter certos clichês, porém, apesar de acertadas são pontuais demais. Ah, tem mais uma coisa, o fato do garoto ter heterocromia também funciona como uma explicação.
O maior trunfo do longa é sem dúvida a escalação de Jackson Robert Scott para o papel principal, eita menino que sabe fazer um papel de criança fofa e perturbada ao mesmo tempo! O roteiro e a direção exigem que o ator transite entre essas duas vertentes constantemente e Jackson executa essas transformações de forma efetiva, você vai ficar com medo de verdade do que o garoto pode vir a fazer. A perturbação de Miles é bem executada, apesar de constantemente repetida, e ela subverte de leve o que estamos acostumados a ver em filmes de crianças do capiroto, “Maligno” está mais para uma subversão de “A Órfã” do que para uma fatia da torta de “A Profecia”.
“Maligno” é um filme com uma fotografia bonita, um clima enervante e um protagonista que arrepia e faz o telespectador temer por suas ações, porém, acaba se prejudicando pelo excesso de expositividade de seu roteiro, unidimensionalidade de seus personagens principais e por diversos momentos ameaçar ser diferente para cair novamente na obviedade logo depois, com certeza um filme bacana para assistir em casa comendo pipoca com os amigos, mas dispensa telas maiores do que a da sua TV.



Se todo aluno meu que agisse estranho estivesse metido com algo sobrenatural, misericórdia.
Adorei o sistema do cookie!!!
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Hahahahahah você iria precisar de um exorcismo coletivo!
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