“Shazam!” o mais novo projeto cinematográfico da DC nos cinemas, seguindo suas tentativas bem-sucedidas de reformular seu universo que não estava dando muito certo, com direção de David F. Sandberg do maravilhoso “Quando as luzes se apagam” e do bom “Anabelle: A Criação do Mal” e atuações de Zachary Levi, Jack Dylan Grazer e Asher Angel.
Esse é sem dúvidas o projeto que mais vai na contramão do que a DC nos apresentou no cinema até então, o tom de comédia dessa nova investida da produtora é inédito em seu catálogo cinematográfico e não só pode, como vai desagradar alguns fãs dos filmes mais sombrios, o que não é o meu caso. Na trama, Billy Batson (Asher Angel) é um jovem de quatorze anos que vive entrando e saindo de lares adotivos, o garoto sempre encontra uma forma de escapar, porém suas fugas estão longe de serem apenas atos de rebeldia adolescente. Billy sente que precisa reencontrar sua mãe biológica e vive em prol disso.
Diante de várias oportunidades desperdiçadas, a polícia local decide dar um ultimato no órfão, que é enviado para um novo lar, uma espécie de lar colaborativo onde Rosa (Marta Milans) e Victor (Cooper Andrews) acolhem órfãos e, com o maior amor do mundo, lhes ensinam o significado real de fazer parte de uma família. Ciente de seus recentes fracassos e da passagem de tempo, Billy resolve tentar se adaptar à essa família, porém, ao tentar defender eu mais novo irmão Freddy (Jack Dylan Grazer) dos valentões da escola, acaba sendo escolhido por um mago para adquirir seus poderes e defender o mundo de sete ameaças encarnadas em um escolhido com objetivos escusos.
Então, passamos a acompanhar Billy tendo que lidar com seu eu super-herói, Shazam (Zachary Levi), mas ao contrário do que costuma acontecer nos filmes do gênero quando uma pessoa comum adquire poderes e começa a entendê-los, Billy não faz a mínima ideia do que fazer com seus dons, ele sequer sabe quais são eles ou como fazer para ativá-los, para sua sorte, seu irmão adotivo Freddy é um especialista em super-heróis.
As interações entre Shazam e Freddy são hilárias, Freddy fica super entusiasmado com o fato do seu novo irmãos ter poderes e passa a fazer testes, devidamente gravados e postados no Youtube, para descobrir os poderes de Billy e essas tentativas rendem momentos extremamente divertidos, onde há diversas referências à filmes da própria produtora, filmes cujos quais o filme se inspirou para construir seu tom e sátiras que, apesar de não serem nível Deadpool, funcionam muito bem dentro do contexto do filme.
Dr. Thaddeus Sivana (Mark Strong) é o vilão perfeito para este filme, ele possui motivações críveis e sua ligação com as criaturas que são inimigos antigos da entidade Shazam reforçam ainda mais a sua personalidade e motivações escusas, o que é um baita acerto do longa, uma vez que a DC não é tão boa em criar vilões que durem mais de um filme, é sempre algo pontual e fácil de resolver ou um vilão constante, porém sem atrativos, como vocês conseguem ainda ver Lex Luthor nos cinemas pessoal?
As atuações estão ótimas, eu gostei bastante da química do Jack Dylan Grazer com o Zachary Levi, também gostei da transformação de Asher Angel que vai deixando a atuação melancólica e cabisbaixa de lado na medida que vai encontrando significados verdadeiros para relações familiares e todos os seus irmãos adotivos são ótimos, mesmo os que aparecem pouco, porém, a minha favorita é a fofíssima Darla, interpretada por Faithe Herman.
Mas, o filme é perfeito? Não, nenhum filme é perfeito, mas “Shazam!” é um filme tão redondinho e divertido, que suas falhas acabam ficando em segundo plano, apesar de existirem sim. A trilha sonora existe, mas não cumpre função alguma na trama, são apenas músicas jogadas aleatoriamente, o diretor optou por utilizar mais efeitos práticos o que empobrece alguns visuais e não possui tanta atratividade, apesar de funcionar no contexto e clima do filme.
Não há cenas de ação memoráveis, infelizmente. Há diversas cenas que demandam bastante suspensão de descrença, mesmo do público ciente de que está assistindo um filme de super-herói e há pelo menos uma cena onde uma falha de continuidade simplesmente grita para ser notada. Porém, como eu disse, essas falhas podem passar desapercebidas por serem totalmente sobrepujadas pelo grande e lindo entretenimento que o filme é.
“Shazam!” é um ótimo filme para assistir numa Sessão da Tarde, o que diz muito sobre o quanto a produtora vem tentado mudar o clima dos seus filmes. Com uma mensagem importante e emocionante sobre o real sentido das relações familiares, um herói crível, personagens extremamente cativantes e um vilão grande o suficiente para criar sentimentos conflituosos no público e acima de tudo com o melhor terceiro ato que eu já vi nos filmes da produtora, cheio de surpresas agradáveis e que com toda a certeza fazem o ingresso valer à pena. Se você chegou à essa resenha sem ter visto ao filme, aconselho que não fique procurando muito mais coisas sobre o longa na internet, pois certos spoilers podem tornar sua experiência menos mágica.
Quantos cafés “Shazam!” merece?
Mais um filme que adoraria ver.
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Eu achei muito divertido, filme para dias nublados!
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