“Godzilla II: Rei dos Monstros” é a sequência do filme de 2014 e mais um capítulo do Monsterverse da Warner Bros. Com direção de Michael Dougherty e roteiro compartilhado com Zach Shields, o novo longa chamou atenção pela sua escalação de atores e atrizes grandes como Vera Farmiga, Kyle Chandler, Millie Bobby Brown, Sally Hawkins e Charles Dance.
Na trama, a agência cripto-zoológica Monarch, responsável por investigar, catalogar e pesquisar Titãs que apareceram após os eventos do filme de 2014 gera uma discussão na opinião pública sobre como devem ser conduzidas suas operações e se a agência é suficientemente capaz de administrar essas ameaças potenciais à segurança da humanidade.
Enquanto a agência enfrenta a opinião pública e os tribunais, conhecemos o drama da família Russell. Após a morte do filho mais novo, a família se desintegrou, a Doutora Emma Russell (Vera Farmiga) continuou obcecada por seu trabalho junto à Monarch, criando sua filha Madison (Millie Bobby Brown) próxima às suas pesquisas científicas, enquanto Mark (Kyle Chandler) decidiu se afastar completamente de tudo que o fizesse lembrar dos malditos monstros que levaram a vida de seu filho.
Quando Emma e Madison são sequestradas por Jonah Alan (Charles Dance), que pretende utilizar o ORCA, um artefato desenvolvido para controlar os nervos dos Titãs (deixo claro aqui que o artefato não faz o menor sentido), para despertar todos os monstros e causar um evento que também não faz o menor sentido, Mark se vê obrigado a se juntar novamente ao time da Monarch para resgatar a esposa e filha enquanto ajuda a agência a entender os próximos passos do vilão, porém acaba fazendo descobertas que colocam em dúvida a condição de sua família nesse plano mirabolante e sem sentido. Em meio ao surgimento desses novos monstros, somos apresentados à três novos pesadelos gigantes, Mothra, Rodan e o arqui-inimigo de Godzilla, o Rei de três cabeças Ghidorah.
Esses três novos monstros e o embate entre Godzilla e Ghidorah são o ponto alto e o motivo pelo qual vale a pena conferir o longa. As cenas de luta entre os monstros gigantes são muito bem feitas, a fotografia é incrível, também não há problemas de iluminação ou aquele tipo de luta entre personagens digitais onde não é possível compreender os movimentos deles durante as cenas e não posso deixar de citar que a trilha sonora contribui muito para tornar a experiência ainda maior.
Tudo que foi feito aqui envolvendo os monstros é quase que perfeito, a única coisa que me incomodou nesse aspecto foram algumas cenas que envolvem suspensão de descrença e escala, enquanto em uma cena vemos uma cidade sendo dizimada apenas com o bater de asas de um monstro colossal, em outra vemos um outro monstro colossal fazendo acrobacias no mar e não causar sequer uma marola para balançar o submarino onde humanos estão de pé, do lado de fora, observando a besta.
Por falar em humanos, essa é a pior parte do filme. O roteiro é fraco, não desenvolve bem os personagens e sequer se preocupa em dar mais de uma função para eles, o que os torna unidimensionais, e isso está longe de ser culpa do elenco, que é fortíssimo, o problema aqui é o desperdício de potencial com um roteiro expositivo, cheio de facilidades narrativas, elementos e ações sem sentido algum, (como fizeram o ORCA funcionar depois dele ter sido destruído daquele jeito? COMO???) além de cortes muito mal feitos na edição das cenas envolvendo os humanos. Sério, parece que deu preguiça de escrever o roteiro. Para um blockbuster, a sequência de Godzilla cumpre sua função de entreter e manter o telespectador vidrado na tela durante a exibição do longa, sem dúvidas é um bom entretenimento e é muito superior ao filme de 2014, mas ainda há muitos pontos pendengas que precisam de lapidação e atenção dos envolvidos no projeto.
“Godzilla II: Rei dos Monstros” cativa pelo visual e pela trilha sonora, é sempre uma experiência incrível ver seres gigantes, aterradores e abissais no cinema, pelo menos eu gosto bastante, porém nem só de visual, trilha sonora, destruição e porradaria entre monstros gigantes se faz um filme, o projeto também precisa levar em conta seu roteiro, a direção e construção dos personagens, a continuidade das cenas e uma suspensão de descrença verossímil, o que definitivamente não acontece aqui, pena.
Quantos cafés “Godzilla II: Rei dos Monstros” merece?
Humanos sempre são a pior parte de qualquer coisa 🤣
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Falou TUDO hahahah
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