“Brinquedo Assassino” é o primeiro filme do Chucky onde não há envolvimento de Don Mancini, criador do personagem, em sua produção. Dirigido por Lars Klevberg e roteirizado por Tyler Burton Smith, o novo longa do boneco assassino surgiu com a proposta de revitalizar a franquia e, para isso, muda totalmente a origem do personagem.
Karen (Aubrey Plaza) é uma mãe solteira que se mudou há pouco tempo com o filho Andy (Gabriel Bateman) para uma nova cidade para recomeçar a vida. A dificuldade do filho em se adaptar ao novo lugar e sua personalidade introvertida, aliada à complicação do novo relacionamento da mãe, faz com que Andy passe seus dias grudados no telefone e, para amenizar os problemas advindos da mudança, Karen consegue um presente especial para o aniversário de 13 anos de Andy, o Buddi, um boneco super-tecnológico que foi devolvido por uma cliente da megastore por apresentar um defeito esquisito.
Buddi é um brinquedo super-tecnológico criado por uma grande corporação, responsável pela criação de diversos aparelhos tecnológicos (como se fosse uma Apple ou Samsung da vida), que consegue controlar todos os aparelhos tecnológicos de uma marca específica e possui uma inteligência artificial que se adapta à personalidade de seu dono.
Chucky não é mais um boneco possuído, agora, o brinquedo é apenas um brinquedo com seus controles e modos de segurança desativados por um funcionário pistola. Com todas as suas funções de moderação de linguagem, violência e comportamento alterados, Chucky torna-se o melhor amigo de Andy, entendendo todas as suas palavras em sentido literal e causando diversos problemas na tentativa de agradar seu novo melhor amigo.
You are my Buddi, until the end
More than a buddy, you’re my best friend
I love you more then you will ever know
I will never let you go
Crimes estranhos começam a acontecer com a vizinhança e Andy não tarda a perceber que esses crimes relacionam-se com seus desabafos com seu amigo mecatrônico, o misto de culpa e medo impedem o garoto de pedir socorro e ele tenta lidar com os problemas causados pelo garoto sozinho, até que tudo foge do controle.
O maior feito do longa é, sem dúvidas, sua atualização sobre a obra, o novo Chucky é bem interessante, inicialmente me senti assistindo um episódio de Black Mirror, com um diálogo sobre os malefícios da tecnologia, embora o discurso aqui seja bem mais superficial. A dublagem de Mark Hamill está perfeita e não tenho reclamações quanto as atuações.
O sadismo do boneco não fica apenas por conta das várias cenas extremamente gráficas de violência, algumas beirando o gore, a função de utilizar os áudios gravados do Andy para fazer com que o garoto sinta-se culpado pelas ações do boneco também foi uma grande sacada. O brinquedo também tortura o garoto psicologicamente em uma cena que envolve áudios gravados após um assassinato cometido por Chucky, NESSA HORA EU JÁ TERIA TACADO O BONECO LONGE!
Contudo, nem tudo são flores, Chucky se perde um pouco em seu terceiro ato e sua nova origem tira um pouco do objetivo do personagem, antes tínhamos um assassino vuduzento que queria um novo corpo para seguir fazendo maldades, agora temos um boneco com defeitos sem um objetivo muito concreto além de matar quem perturbe seu dono. Outro ponto negativo do longa, na minha modesta opinião, fica por conta do design do novo boneco, o Chuck original, quando ainda não possuído, era um bonequinho fofo, já esse novo brinquedo tem um visual difícil de encarar desde o começo.
O novo “Brinquedo Assassino” atualiza muito bem uma franquia saturada e ridicularizada em suas diversas sequências e acerta em cheio ao não se levar a sério demais. Chucky foi um dos primeiros filmes do gênero que eu vi na vida e é um guilty pleasure que guardo no meu coração, é muito bom ver esse personagem sendo bem tratado novamente nos cinemas, mas ainda há pontos que podem e devem ser melhorados, porém, fico feliz de não ter sido a bomba que eu estava esperando.
Quantos cafés o novo “Brinquedo Assassino” merece?



Com certeza vou assistir. Adoro os primeiros 3 filmes.
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