MÊS DO HORROR: IN THE TALL GRASS – STEPHEN KING E JOE HILL

“In the Tall Grass” é uma novela escrita pelo autor Stephen King em conjunto com seu filho Joe Hill. A história foi publicada em duas partes no ano de 2012 em edições da revista Esquire e acaba de ganhar uma adaptação com roteiro e direção de Vincenzo Natali (Hannibal e Westworld).

“In the Tall Grass” é uma história com pouco mais de 60 páginas, o conto está disponível na Amazon por um preço bem baixo e apenas em inglês. Não há uma versão traduzida do conto ainda, mas como a editora responsável pelos livros do Joe Hill lançou recentemente a coletânea “Tempo Estranho”, pode ser que futuramente lance a “Full Throttle”, coletânea que contempla o conto em questão.

Na trama, conhecemos Cal e Becky DeMuth, dois irmãos que sempre foram muito unidos e criaram um laço de companheirismo inquebrável. Becky está grávida e nunca revelou para ninguém a identidade do homem que a engravidou, ela pretende levar a gestação até o fim e considera ceder o bebê para adoção após o nascimento.

Com a chegada das férias, os irmãos decidem fazer uma road trip, Becky considera a viagem de férias uma ótima oportunidade de estar ao lado de sua pessoa favorita no mundo e ter tranquilidade para pensar no que fará quando o bebê nascer, porém, a tranquilidade da viagem é interrompida quando gritos de uma criança ecoam pela estrada, vindos de um matagal vasto.

Os gritos são de Tobin Humbolt’s, um garotinho desesperado que afirma estar perdido no matagal com sua mãe ferida. Contrapondo os gritos de socorro do filho, Natalie implora para que os bons samaritanos não entrem no matagal, que se mantenham longe dali, mas o garotinho continua gritado, pedindo ajuda para si e para sua mãe ferida.

Diante do desespero de Tobin e de gritos ensandecidos de Natalie, Cal adentra o matagal enquanto Becky saca o celular para ligar para a polícia antes de seguir o irmão matagal adento, porém, ao se ver só na estrada, ela decide entrar no matagal, perde o sinal do celular imediatamente e na medida que o tempo passa, se descobre tão perdida quanto Tobin, Natalie e seu irmão Cal.

Regras de localização e noção de tempo e espaço, são coisas que não se aplicam ao matagal, os sons parecem vir de todas as direções, o matagal possui suas próprias inclinações e regras, o sol da tarde chega trazendo a sede, a fome e a desidratação e os irmãos continuam tentando entender como se localizar no matagal, lutando bravamente contra a insensatez que aquela situação estranha apresenta.

Ele não conseguia se virar com o simples truque de caminhar em direção à voz de sua irmã, que vinha da direita quando ele estava andando para a esquerda e da esquerda quando ele estava andando para a direita. Às vezes à frente e às vezes por trás. E não importava em qual direção ele seguisse, parecia se afastar cada vez mais da estrada.

Eu não sei ao certo dizer como os autores conseguiram escrever uma história tão curta em conjunto, não faz muito sentido lógico na minha cabeça, mas consigo ver interferências do King em certas cenas e do Hill em outras, imagino que a parte sobrenatural da coisa tenha ficado por conta do titio King, embora seja quase que imperceptível o fato do livro ter sido escrito por duas pessoas se é que realmente foi. Fato é que o conto é muito bem escrito, possui uma fluidez ótima, uma ambientação aterrorizante, personagens interessantes e elementos suficientemente bem colocados para que o leitor possa conseguir entender a situação, afinal é bem descabido imaginar adultos perdidos num matagal.

Nesse conto, há uma coisa que particularmente me incomoda muito, é basicamente a minha kriptonita das histórias de terror, a cena em questão é bem chocante e me fez sentir a mesma sensação que tive ao ler o conto “O Método Respiratório” (você pode encontrar o conto no livro “Quatro Estações”) do King. A conclusão da história flerta bastante com o sobrenatural e me despertou certa curiosidade acerca dos mistérios de um certo objeto que é encontrado no matagal, mas os autores não se aprofundaram tanto na mitologia, preferindo deixar o conto com um final em aberto, que também me agradou bastante.

Ao final da leitura me peguei pensando se o material teria conteúdo suficiente para render um filme. Eu ouso dizer que não, então, creio que é bem provável que a adaptação explore elementos que ficaram em aberto, ou não foram muito aprofundados no conto, portanto, estou bem curioso com o resultado. ATUALIZAÇÃO: Eu assisti ao filme e não recomendo.

Quantos cafés o conto “In the Tall Grass” merece?

2 comentários sobre “MÊS DO HORROR: IN THE TALL GRASS – STEPHEN KING E JOE HILL

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