“Alguns botões de madrepérola” é o mais recente trabalho do poeta e romancista H. Martins, autor de obras de poesia como “Unha e Carne”, “Vaso Chinês”, “Todas as Cores das Flores” e romances “Lábios que Beijei”, “Mais que Perfeito Simples”, “Roseiral de Inácio” e “Viúvas Fogosas da Rua Direita”, seu mais recente trabalho foi lançado ano passado pela Editora Penalux.
Composto por oitenta poemas, a coletânea lançada no finalzinho de 2019, me desafia mais uma vez à fugir da minha zona de conforto e me aventurar pela poesia. O meu interesse pela poesia foi despertado bem tardiamente, mais precisamente quando comecei a ler os livros do poeta Rogério Bernardes e, desde então, sempre busco ler algo do gênero, “Alguns botões de madrepérola” foi para mim, mais uma aventura.
É bem complicado falar sobre poesia, pois acredito que cada leitor é tocado de forma diferente, levando em conta suas vivências, emocional e até mesmo sua presença de espírito durante a leitura. Fiz a leitura dessa obra com parcimônia, lendo poemas geralmente à noite antes de dormir ou de manhã enquanto esquentava o café e a experiência foi majoritariamente boa nesse sentido, creio que são horários nos quais nossa cabeça está mais vazia das coisas lá fora e temos tempo e condição de se conectar com as coisas de dentro. Se você está começando a se aventurar pelo gênero, talvez esse seja um exercício que funcione para você também.
Os poemas contidos nessa coletânea refletem sobre o cotidiano, sobre os diversos significados do amor que vão se alterando e se ressignificando a cada nova percepção, sobre a amizade, a união, relacionamentos, sentimentos bons ou ruins que nos formam como somos. A maturidade e experiência do autor ficam evidentes nos textos, principalmente na medida em que ele dá novos significados aos sentimentos constantemente, deixando claro o quanto somos mutáveis e o quanto as relações, a vida e as vidas que nos tocam, ou as que tocamos, nos transformam e nos fazem evoluir.
Alguns dos poemas que mais me tocaram foram “aviso”, que dialoga sobre ilusão, “a gare” que me fez pensar sobre a correria do dia a dia e o que perdemos enquanto corremos buscando alcançar coisas, “ofensa” sobre a assertividade das palavras que ferem, “quase mágoa” sobre expectativas em desalinho, “o amor” sobre ser um sentimento que nunca atinge sua completude, “poema para 2 de abril” sobre o amor que une duas almas de verdade e “amizade”, onde o poeta entrega uma definição sobre a amizade que me faz muito sentido.
“Alguns botões de madrepérola” é um ótimo exercício de observação sobre o quanto nossos sentimentos e percepções de alteram com o passar do tempo e o quanto estamos longes de compreendê-los justamente quando acreditamos que a matéria já está na ponta da língua. É essa constante inconstância que me agradou nos poemas de H. Martins, sem dúvida foi uma aventura válida, aventure-se você também! Você pode adquirir a obra na loja oficial da Editora Penalux.
Quantos cafés “Alguns botões de madrepérola” merece?
Poesia sempre é um desafio pra mim. Rogério faz a poesia que consegue me desestabilizar
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A poesia do Rogério é coisa de outro mundo!
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Agradeço com alegria as sensíveis observações contida na resenha. H.MARTINS
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Agradeço com alegria as sensíveis observações contidas na resenha. H.MARTINS
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Fico feliz que tenha gostado!!!!
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