Mr. Mercedes é o primeiro livro de uma trilogia thriller policial escrita pelo autor Stephen King, publicado aqui no brasil pela Suma de Letras, onde mais uma vez o mestre do horror prova que mesmo se aventurando por outros gêneros consegue ser fantástico.
Logo no primeiro capítulo, o autor cria personagens e os constrói para logo em seguida destruí-los de forma absolutamente fria e cruel. É impossível que o leitor não se assuste mesmo sabendo o que está prestes a acontecer e não se pegue com lágrimas nos olhos ao ler essas primeiras páginas, a cena é muito triste e tocante e é em meio a um massacre que somos apresentados ao vilão da história, o tal Mr. Mercedes.
O assassino do Mercedes, como fica conhecido pela mídia, escapa sem deixar rastro algum, colocando em maus lençóis a dona do veículo que utilizou como arma do crime. Esta passa s ser pressionada pela polícia e pela mídia, afinal se ela não tivesse esquecido de trancar o carro, talvez o massacre não tivesse ocorrido, ela é tão pressionada que acaba tornando-se vítima do assassino, que se aproveita de seu psicológico debilitado para levá-la ao limite da sanidade mental e mais uma vez temos um crime sem rastros.
Bill Hodges era um dos detetives responsáveis pelo caso do Mercedes e acabou se aposentando sem conseguir solucionar ambos os crimes citados acima, mesmo sendo um dos mais brilhantes e astutos detetives. O personagem é um homem comum com problemas comuns e afligido pela tristeza da aposentadoria, por se sentir inútil, por viver sozinho, uma vez que é divorciado e a filha mora com a mulher e não parece querer saber muito do pai.
Sendo assim, Bill passa os seus dias assistindo programas de TV que lembram muito o nosso querido Casos de Família e aquele quadro Vai dar Namoro do Rodrigo Faro (gente, a ironia do King nessas descrições é de rolar de rir) sempre na companhia de sua arma, pensando em suicídio constantemente, até que recebe uma carta misteriosa do próprio Mr. Mercedes, que lhe tira do ostracismo e lhe dá uma nova razão para viver: solucionar de vez o caso Mercedes.
Aqui você não precisa tentar descobrir a identidade do assassino junto com o detetive, pois há capítulos dedicados ao ponto de vista de Brady, a.k.a Mr. Mercedes.
Brady Hartsfield é um personagem extremamente peculiar, ele possui dois empregos, sendo um de técnico de informática e outro de vendedor de sorvetes, os empregos servem tanto por motivos óbvios quanto para facilitar seu passatempo recente favorito: espiar a vida do detetive aposentado que não conseguiu desvendar o crime que ele cometeu.
Assim como desestabilizou a dona do Mercedes, Brady envia uma carta ao detetive tentando desestabilizá-lo e levá-lo ao limite, porém acaba dando uma razão para que Bill viva e tenha como objetivo caçá-lo. O serial killer vive com a mãe alcoólatra e possui uma relação bem estranha com a mesma, juntos eles escondem um segredo velado tenebroso relacionado ao caçula da família.
Brady desafia Bill a todo instante e Bill, como um detetive experiente, começa a jogar com o serial killer, o livro inteiro é uma imensa brincadeira de gato e rato, uma luta entre o bem e o mal com proporções épicas.
Nessa luta do bem contra o mal, Bill conta com dois ajudantes nada convencionais, Holly uma mulher de mais de quarenta anos cheia de problemas emocionais e psicológicos e Jerome, jovem de dezessete anos que adora fazer serviços de jardinagem e manutenção no computador de Bill, uma vez que o detetive não possui muita habilidade com tecnologia.
Os Watson’s de Bill, apesar de desajustados são extremamente carismáticos e bem construídos e somados à experiência do detetive, formam um trio simplesmente maravilhoso quando atuam juntos.
Mr. Mercedes é um livro de tirar o fôlego com um serial killer insano de background sinistro, um detetive aposentado que possui o charme justamente por ser uma pessoa comum e não uma pessoa com poderes ou com um dom de dedução fora do normal, sendo ajudado por dois personagens desajustados em uma corrida contra o tempo que me fez roer as unhas e arrancar fiapos de barba enquanto prosseguia a leitura.
Mais uma vez, Stephen King nos presenteia com sua escrita maravilhosa, aqui com menos firulas, referências que todos nós amamos (como a do palhaço no esgoto) e tudo isso em um gênero que está totalmente fora do seu campo ou zona de conforto, mostrando que é um ótimo escritor independentemente do gênero ao qual se propõe a escrever.
Quantos cafés Mr. Mercedes merece?
Ain Luke, assim não dá. Tu só triplicou minha curiosidade, sem falar que muita gente por aí ta amando essa trilogia, Amei sua resenha, vamos ler? Vamooos, só não sei quando. haha
Beijão
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Vou te importunar até você ler ❤
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