“Star Wars: The Last Jedi” é o mais novo episódio da franquia espacial mais amada e cultuada do mundo, dessa vez dirigido e escrito por Rian Johnson, o oitavo filme da franquia e segundo episódio da sequela chega quebrando moldes e desafiando fãs, teorias e expectativas. O longa está concorrendo ao Oscar 2018 em quatro categorias técnicas, sendo elas: Melhor Mixagem de Som, Melhor Edição de Som, Melhor Trilha Sonora e Melhores Efeitos Visuais.
Rey (Daisy Ridley) desenvolve suas habilidades recém-descobertas com a orientação de Luke Skywalker (Mark Hamill), que está incomodado com a força de seus poderes. Enquanto isso, a Resistência se prepara para lutar com a Primeira Ordem.
Essa é a breve sinopse que foi divulgada sobre o filme e os dois únicos trailers divulgados e pouco reveladores, fizeram com que os fãs passassem a criar teorias e expectativas em cima dessas teorias, fato que penso ser a fonte do descontentamento de algumas pessoas com o oitavo filme da franquia.
O episódio sete “Despertar da Força” trouxe tudo o que os fãs queriam, o filme é bem saudosista, cheio de referências, fã services e estabelece uma novo arco para a história com personagens interessantes e cativantes, enquanto o episódio oito flerta bastante com a principal frase do trailer que diz sobre abandonar o velho e começar uma outra coisa. Mas não pense que o filme simplesmente abandona essência, ele apenas revela que o sétimo episódio serviu para consagrar aquilo que todos amam, enquanto o oitavo veio para apresentar novos sabores, texturas e cores para esse universo, porém, sabemos que o ser humano é resistente à mudanças e a prova disso é a quantidade de opiniões diversas que o novo longa está tendo, chegando a ser considerado por alguns o pior da franquia.
No final do episódio sete, vimos Rey encontrando Luke Skywalker e lhe entregando o sabre de luz, pedindo ajuda e orientação. A ajuda e a orientação acontece, mas assim como vemos no trailer, tudo aqui pode até acontecer, mas não do jeito que você imaginava que aconteceria.
O arco de Rey está sensacional, aqui ela descobre um pouco mais sobre a força, é obrigada a enfrentar questionamentos pessoais e a convencer Luke a sair do exílio, além disso, tem a difícil missão de entender seu lugar na força e onde ele se conecta com o lugar de Kylo Ren (Adam Driver).
Luke Skywalker está exilado na ilha que abriga todo o conhecimento sobre os Jedi e se recusa a sair dali e tomar parte em alguma luta ou se tornar mestre de alguém novamente, pois alguns fatos que ocorreram em sua vida enquanto ele era Mestre Jedi lhe trouxe um grande arrependimento, perturbação e um bloqueio que fez com que o nosso querido e poderoso Jedi se fechasse para a força.
Kylo Ren também está bastante perturbado após os eventos do episódio sete, e o fato de ser constantemente subestimado pelo seu novo mestre o Supremo Líder Snoke (Andy Serkis) não ajudam em nada o personagem a encontrar seu lugar em tudo isso. Eu confesso que não gostei nenhum pouco do Kylo Ren de “O Despertar da Força”, porém, aqui o personagem foi muito melhor construído, ganhando contornos e base para se tornar um grande vilão do universo Star Wars, coisa que com toda a certeza o Supremo Líder Snoke não conseguiu ser, está para nascer vilão mais descartável.
Enquanto nossos personagens enfrentam dilemas pessoais, cabe a Leia Organa (Carrie Fisher) e a Vice Almirante Holdo (Laura Dern) defender a frota da Resistência que está sendo massivamente destruída pela Primeira Ordem, controlada aqui pelo assecla de Snoke, General Hux (Domhnall Gleeson). Quando as tentativas de Leia começam a ruir, em um ato desesperado Poe (Oscar Isaac) e Finn (John Boyega) elaboram um plano com ajuda de Rose (Kelly Marie Tran) para neutralizar a nave da Primeira Ordem antes que seja tarde demais.
Esse é sem dúvida o núcleo mais problemático do longa, cheio de problemas de ritmo, montagem e tendo até certa cafonice na construção de algumas cenas, tem uma pelo menos que deveria ter sido emocionante, mas ficou tão ruim que você torce para acabar logo.
Poe é favorecido aqui pelo roteiro e ganha mais destaque do que teve no sétimo episódio, porém, se mostra uma pessoa demasiadamente ansiosa, descontrolada, impulsiva e insubordinada, já o que fizeram com Finn nesse filme, não tem perdão, espero que corrijam no próximo e deem a construção que os dois personagens que ficaram tão queridos dos fãs no episódio sete merecem.
Eu não vou dizer mais sobre a trama e os personagens, pois além de ser uma pessoa que detesta spoilers, sou consciente de que o propósito de Star Wars com seus trailers que pouco revelam é justamente surpreender o público durante a sessão de cinema e quem sou eu para estragar essas surpresas, que aliás, são muitas!
O arco do nosso amado Luke Skywalker é sem dúvidas a melhor coisa do filme e espere se surpreender muito com sua trajetória e ter momentos de prazer, tristeza, agonia e amor ao vê-lo em tela.
A trilha sonora e a fotografia dispensam comentários, mas ousarei dizer que é o filme mais bonito esteticamente de toda a franquia. As cenas de luta espacial e o confronto no planeta de sal são simplesmente magníficos, de fazer os olhos brilharem de tanta magia cinematográfica e fotográfica que colocaram ali, há pelo menos uma cena de combate espacial que fez a sessão inteira ir de um silêncio absoluto à um grito de júbilo e susto estrondoso.
“Os Últimos Jedi” é o segundo filme dessa nova trilogia sequela, mas é um segundo filme bem diferente dos moldes que estamos acostumados a ver. Como eu disse, o oitavo episódio acerta ao quebrar esses moldes e trazer possibilidades novas ao universo Star Wars, é claro que ao se reinventar (não completamente) o longa tropece feio em diversos quesitos, porém, nos quesitos onde acerta, ele acerta a ponto do telespectador soltar um UAUUUUU durante a sessão.
Quantos cafés, Os Últimos Jedi merece?