“Special” é uma série de comédia original da Netflix estrelada, roteirizada, produzida, ao lado de Jim Parsons, e dirigida por Ryan O’ Connell, que adaptou o seu próprio livro de memórias “I’m Special: And Other Lies We Tell Ourselves” para o canal de streaming.
Ryan O’ Connell é assumidamente homossexual e tem uma paralisia cerebral moderada, que dificulta alguns movimentos, e ao invés de se afundar em suas condições que com toda a certeza não é encarada em nenhum meio social como algo comum, cara, tem gente que ainda acha que homossexualidade é perversão com pena às e cumprir no mármore do inferno ele resolveu encarar essas questões com humor e foi assim que conseguiu lidar com suas condições, escrever um livro falando sobre isso e agora nos entregar uma série maravilhosa que é um banho de representatividade e diz muito sobre empatia.
Com oito episódios curtos, cerca de 15 minutos cada, a série nos apresenta Ryan Hayes (Ryan O’ Connell) um homem gay postador de uma paralisia cerebral moderada que afeta alguns de seus movimentos, causando recorrentes quedas e dificultando atividades motoras rotineiras, como abrir um envelope por exemplo. Cansado de ser sempre blindado do mundo pelos cuidados da mãe super protetora e amorosa Karen Hayes (Jessica Hecht), Ryan decide ir atrás de seus sonhos e assim, consegue colocação como estagiário em uma revista digital. Ser gay nunca foi uma questão para Ryan, mas ter uma deficiência sim, por isso ele decide ocultar essa informação dos seus colegas de trabalho e ao se embaralhar em uma justificativa para suas restrições motoras, ele acaba contando aos colegas de trabalho que suas restrições motoras foram adquiridas após um atropelamento.
Essa mentira gera várias consequências para a vida de Ryan dentro de seu novo trabalho, sua chefe sem noção Olivia (Marla Mindelle) praticamente o obriga a escrever uma matéria sobre o acidente e suas consequências, enquanto sua colega de trabalho Kim Laghari (Punam Patel) se afeiçoa à Ryan e começa a construir uma amizade bem bonita, coisa com a qual ele não sabe lidar, pois nunca teve amigos de verdade que se importassem com o que ele realmente é, além de suas limitações.
A relação de Ryan com sua mãe Karen se transforma durante a série, a super proteção que Karen exerceu sobre o filho devido às suas condições trouxeram consequências grandes para a vida dos dois e a partir do momento que Ryan escolhe correr atrás de sua independência, ambos vão precisar saber como viver um longe do outro e essa experiência gera discussões e reflexões incríveis.
Apesar do tema sério, a série aborda o tema com leveza e bom humor, assim como Ryan O’ Connell decidiu encarar sua paralisia cerebral e sua condição sexual, o problema aqui, mais uma vez, são os outros. Como a série é bem curtinha e com poucos episódios, não há um aprofundamento tão vasto em algumas questões e essa seria a minha única queixa sobre “Special”, contudo, felizmente Ryan já anunciou que, caso confirmada, a segunda temporada contará com episódios com o dobro da duração, YAY!!
“Special” é uma série preciosa no que tange a representatividade, eu cada vez mais tenho batido na tecla de que a representatividade é algo a ser buscado, questionado e incentivado em absolutamente todo tipo de conteúdo criado. Precisamos conhecer histórias de pessoas fora do padrão branco, hétero de olhos claros e corpo definido, precisamos ver personagens com os quais todos os públicos possam se identificar, associar e aprender mais sobre pessoas diferentes, meios diferentes, culturas diferentes e mundos diferentes para que possamos exercer a nossa empatia, a nossa humanidade e ensinar as próximas gerações a questionar padrões, buscar representatividade e não cometer os mesmos erros das gerações passadas que preferem apontar o dedo, excluir, subjugar e anular a verdade de quem é diferente.
Quantos cafés “Special” merece?
Essa série despertou meu interesse, ainda mais por ser curta, isso facilita encaixar na rotina. Ser gay já tem seus percalços, imagino como deve ser para pessoas com algum tipo de limitação física. Uma vez li uma matéria sobre como era a vida de um gay cego e é de explodir a mente como eles são renegados ou fetichizados. Humanidade, evolua, já passou da hora. Ótima indicação 👏🏼👏🏼👏🏼
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Ele chega a abordar um pouco essa questão também, mas tudo de forma bem leve, espero que você goste!
Abraços!
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Estou é aplaudindo de pé essas últimas palavras, ahazou demais. 👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👊🏼
Eu já queria assistir, depois dessa resenha então, preciso… Amei a premissa e tuas considerações, acho importante teclar sempre na representatividade, importante demais, vamos sair desse padrão mesmo.
Excelente post, super adorei. 🤩❤️ Em breve começo.
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Quando conseguir assistir volte aqui e me diga o que achou viu?
Abração 🙂
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Voltei… Eu comecei ontem a série e ontem mesmo acabei. Eu super amei, tão divertida, linda e importante. Desperta uma empatia maravilhosa.
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Voltando para dizer que a série é engraçada, questionadora e trás um sentimento de indignação. Todos temos problemas, mas as minorias sofrem mais, ser uma minoria dentro de uma minoria é um fardo enorme, só com muita informação e bom humor pra sobreviver.
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