“Quando o mal tem um nome” é um livro da escritora e exorcista de animais de pelúcia Glau Kemp, que possui diversos contos publicados em antologias como “Creppy Pastas: Lendas da Internet”, “O Maior espetáculo da Terra” e “Arquivos do Mal”.
Na trama ambientada na cidade de Aparecida, uma cidade erguida no centro de um milagre, conhecemos Marta, uma mulher simples e devota da padroeira da cidade. Quando descobre que tornou a engravidar, clama à santa por uma filha, ela já possui dois filhos com seu marido e sente a necessidade de ter agora uma garotinha com quem possa dividir os dias.
Apesar das velas acesas e das constantes orações, diversos acontecimentos indicam que Marta não será atendida pela santa. Disposta a realizar seu sonho de ter uma garotinha, Marta se recusa a acreditar na desfeita da santa e assim, abre espaço para que a malignidade cresça em seu coração, clamando a qualquer coisa que lhe ajude a conceber uma criança do sexo feminino, mesmo que seu objeto de clamor vá contra tudo que ela sempre acreditou.
Mas se o objeto de sua fé não parece ter dado ouvidos ao seu único pedido, como julgar a busca por respostas em outros lugares?
Desesperada para ter seu desejo realizado, a devota decide recorrer ao até então impensável, Marta participa de um ritual bizarro para transformar o filho que cresce em seu ventre em uma menina. O desespero e o desapontamento por não ter seus clamores atendidos fazem com que Marta não perceba que, assim como figuras santas pedem sacrifícios em troca de milagres, criaturas malignas não costumam distribuir amostras grátis.
Com o passar do tempo, após ter seu pedido realizado, Marta vai descobrir que tudo tem um preço e a escolha sobre pagá-lo ou não foi decidida quando ela cruzou limites que não deveria. Ao descobrir o nome do demônio que atendeu sua prece, ela o concede todo o poder que ele desejava para vagar agora entre nós.
— Por que um demônio iria querer vir até à casa de Deus, minha jovem?
— Por que o senhor iria até a casa do demônio, padre?
— Para levar a luz até ele.
— O demônio também tem seus planos
Anos depois de sua ação desesperada, Marta precisa confrontar seus demônios, Donovan em especial e ela e todos ao seu redor vão pagar o preço da profanação de sua alma e da alma inocente que habitava o seu ventre antes que fosse substituído por uma outra coisa.
Esse foi o meu primeiro contato com a escrita da Glau Kemp e eu simplesmente amei cada segundo da leitura, por mais que tenha me arrepiado em diversas situações. As consequências da ação de Marta perduram por muitos anos e atinge diversas pessoas, somos levados à acompanhar essas consequências e, o que eu posso adiantar sem dar muitos spoilers, é que ter dado à luz a mais um garoto, correndo o risco de vir à imagem e semelhança de seu pai, talvez tivesse sido uma opção melhor.
“Quando o mal tem um nome” é um livro curto e potente, com uma escrita intrigante, uma trama repleta de reviravoltas, personagens complexos e bem construídos e uma constante sensação de que há algo terrível prestes à acontecer. Eu, como fã do gênero e por ter vivido grande parte da minha infância na igreja, sei que as palavras possuem poder e os nomes são ainda mais poderosos, então, caso você queira fazer uma loucura, não chame o mal pelo nome.
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Quantos cafés “Quando o mal tem um nome” merece?
Achei muito interessante…
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