“Me Chame Pelo Seu Nome” (Call Me by Your Name) é um romance/ drama dirigido pelo cineasta italiano Luca Guadagnino, com roteiro de James Ivory que adapta o livro homônimo de André Aciman. O longa que foi indicado ao Globo de Ouro em três categorias e é um dos promissores nomes do Oscar, embora hajam controvérsias e polêmicas desnecessárias envolvendo o projeto que estreou por aqui na última semana.
Em algum lugar no norte da Itália durante o ano de 1983, Elio (Timothée Chalamet) um garoto de dezessete anos de idade aproveita o verão na casa de seus pais, mas tudo muda com a chegada de Oliver (Armie Hammer), um acadêmico de vinte e quatro anos que veio ajudar a pesquisa de seu pai Mr. Perlman (Michael Stuhlbarg).
Apesar da diferença de idade dos personagens, essa está longe de ser uma questão importante para o filme, inclusive, é bem difícil se importar com essa questão quando começamos a conhecê-los e percebemos que Elio é um garoto intelectualmente avançado para a sua idade.
A atração que ocorre aqui, é inicialmente intelectual e só depois se expande para outros níveis e tudo é consentido e com um aval não verbalizado dos pais do garoto, ao contrário do que possa aparentar à primeira vista, o tema do longa e do livro que deu origem ao mesmo está bem longe de ser a pedofilia.
Elio está naquela fase de descoberta da sexualidade, entendendo as mudanças de seu corpo e com os hormônios à flor da pele, inclusive descobrindo o sexo com sua amiga Marzia (Esther Garrel). Assim que Oliver chega, Elio sente algo diferente, algo no acadêmico atrai todos os sentidos do jovem e isso inicialmente confunde bastante a cabeça dele ao ponto de fazê-lo dar-se conta de que há assuntos dos quais ele pouco entende, o que só contribuí para que o personagem fique mais intrigado e instigado a fazer novas descobertas.
Oliver, por sua vez, aparenta ser um homem sisudo, que não está nem aí para as demonstrações desastradas de interesse de Elio, porém aos poucos, vai abaixando a guarda e dando oportunidade para sentir essa coisa bonita que começa a aflorar entre os dois.
O longa não segue fórmulas de ter uma apresentação, um ápice e uma conclusão, nós estamos ali para acompanhar o nascimento dessa relação e sua construção, assim como ocorre em Romances de Formação e esse é o grande charme de “Call Me By Your Name”.
Aos poucos, a relação de Elio e Oliver vai se construindo, até que Oliver baixa totalmente sua guarda e se permite entregar-se a esse amor de verão e a química que os atores possuem juntos em cena é incrível!
Então, o filme foca no aprendizado mútuo, na descoberta de Elio e acima de tudo no amor, passando uma mensagem de viver intensamente aquilo que se ama e com quem se ama sem se importar com o que vão pensar e dizer. Os pais de Elio são incríveis aqui, permitindo que o filho se relacione com Oliver, porém, não interferindo de forma alguma na relação, sem verbalizar concordância, simplesmente agindo com naturalidade, como as pessoas deveriam agir de fato.
Se você é daqueles(as) que se preocupam com cenas mais quentes, o longa não oferece nenhuma cena muito explícita, ele opta pela sensualidade e erotismo o que só realça todo o charme da produção que não peca em quase nada. A fotografia é bonita e combina muito com toda a atmosfera da trama, embora não seja algo muito marcante, há planos sequência onde a câmera fica parada um bom tempo e isso colabora para a imersão do telespectador, outra coisa que colabora é a trilha sonora que está muito boa e você pode conferir no Spotify.
“Me Chame Pelo Seu Nome” é um filme que acompanha o aflorar de um amor incondicional, tudo aqui é bonito, singelo e real, sem apelos desnecessários; o longa opta por colocar em evidência o que realmente importa, a construção desse amor, as barreiras sendo quebradas e um grande aprendizado sobre sentir, a vida e o tempo.
A última cena do filme é simplesmente hipnotizante e o monólogo que Mr. Perlman tem com seu filho Elio no final do longa é de fazer qualquer um chorar e torcer para que haja no mundo mais pessoas com esse tipo de pensamento, pois o amor deveria ser algo tratado de forma natural e celebrado e não ofuscado pelo ódio, preconceito e falta de empatia, pois não há sentido algum em atirar pedras em um sentimento tão bonito e importante que deveria acima de tudo unir pessoas.
“Me Chame Pelo Seu Nome” está concorrendo ao Oscar 2018 nos prêmios de Melhor Filme, Melhor Ator, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Canção. Eu já estou na torcida aqui, uma vez que Rodrigo Teixeira, que faz parte da produção do longa é BRASILLLLLL!
Quantos cafés “Me Chame Pelo Seu Nome” merece?
Muito bom! Estou terminando minha maratona do Oscar 2018 e esse é um dos poucos que faltam.
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Nossa, eu estou só começando a maratona.
Já consegui ver Call me e Lady Bird, Dunkirk e Corra eu vi no cinema e hoje vou correndo ver A Forma da água.
Já tem algum favorito?
Abraço!
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Corra e Lady Bird foram meus favoritos haha
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Amei este filme 🙂
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Alex, eu também amei e confesso que a cada filme que assisto desses que foram indicados ao Oscar, fico mais em dúvida de qual merece o troféu.
Abração 😀
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São realmente muito bons, eu adorei seu blog se puder dá uma passada no meu para conhecer ficarei muito grato 🙂
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Muito obrigado Alex, pode deixar que vou visitar sim! Abraço!
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